Neste 20 de maio, celebramos mais do que uma data. Celebramos uma profissão que, muitas vezes invisibilizada, sustenta os alicerces da educação brasileira: o pedagogo
Neste 20 de maio, celebramos mais do que uma data. Celebramos uma profissão que, muitas vezes invisibilizada, sustenta os alicerces da educação brasileira: o pedagogo. A data foi instituída pela Lei nº 13.083/2015 para reconhecer a relevância social e histórica deste profissional que, nas palavras de Paulo Freire, se faz “com o outro”, e nunca “sobre o outro”. O pedagogo é aquele que constrói pontes entre o mundo e o sujeito, entre o conhecimento e a experiência, entre o sonho e a realidade.
Pensar a pedagogia é pensar o próprio sentido de educar. E educar, como dizia o filósofo Rubem Alves, é “tocar o coração das pessoas para que elas tenham vontade de aprender”. Não se trata apenas de transmitir conteúdos, mas de provocar o desejo, de semear inquietações, de despertar olhares. O pedagogo é, por excelência, aquele que acolhe o inacabamento humano e compreende a educação como um processo permanente, feito de encontros, escutas e reinvenções.
Na travessia de uma sociedade marcada por desigualdades, exclusões e desafios educacionais imensos, o pedagogo tem assumido, silenciosamente, o papel de resistência. É ele quem pensa o projeto político-pedagógico, quem enfrenta as burocracias, quem orienta práticas, quem acolhe famílias, quem reinventa o ensinar e o aprender no chão da escola. É ele quem muitas vezes vê, onde outros não veem, a potência de uma criança inquieta, de um jovem desacreditado, de um adulto que retorna à sala de aula carregando o peso do tempo.
É preciso lembrar que a pedagogia não é neutra. Como já dizia Freire, “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses quefazeres se encontram um no corpo do educador”. O pedagogo, nesse sentido, é um ser ético e político, alguém que precisa constantemente se perguntar a serviço de que e de quem está sua prática. Seu método não pode ser o da imposição, mas o do diálogo. Seu compromisso não é com o silêncio imposto, mas com a voz que emerge da escuta ativa e da partilha de saberes. Em um tempo de algoritmos, padronizações e pressões por resultados rápidos, o pedagogo resiste ao tempo da escuta, do cuidado, do processo. Reafirma que educar é um ato de amor e coragem. Coragem de dizer não ao que exclui. Amor pelo que liberta. Em meio às tensões da contemporaneidade, ele aposta no humano. E isso, por si só, já é revolucionário.
Neste Dia do Pedagogo, que possamos não apenas homenagear esses profissionais, mas também refletir sobre como temos tratado a educação em nossa sociedade. A todos os pedagogos e pedagogas, minha reverência sincera. Que continuemos sendo semeadores de esperança em solos, por vezes considerados áridos, cultivando, com paciência e ternura, os frutos do “esperançar”. Que nunca nos falte a coragem de acreditar que cada gesto educativo é uma forma de transformar o mundo.
Parabéns, pedagogos e pedagogas do Brasil (e do mundo). Hoje é o seu dia. Mas a sua importância é de todos os dias.
Freepik - Professor
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal a.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!